Iabá, Yabá ou Iyabá, cujo significado é Mãe Rainha, é o termo dado aos orixás femininos.Esse termo é utilizado para definir todos os orixás femininos em geral em vez do termo Obirinxá (Orixá feminino), que seria o termo mais correto. Cultuar e zelar por nossas mães, representa a proteção suprema e a ligação completa entre a proteção, o amor e a sabedoria.
A Festa das Yabas é muito importante por ser a comemoração e o reconhecimento das 5 principais Orixás femininas que são responsáveis pelo equilíbrio da terra e da vida.
Sábado, é o dia em que representa o Axé de todas elas. Por este motivo em nosso Ilê, no momento em que a Curimba chama para "Bater Cabeça ao Orixá", são as 5 primeiras a serem respeitadas!!
Yemanjá, a mãe das águas.
Mas esquecemos do aprendizado desse orixá, que pode ser mãe, mas também uma malvada madrasta. Ajuda, cooperação, compreensão e solidariedade são virtudes importantes, mas não podemos esquecer que o nosso espaço e prioridades tem que vir em primeiro lugar. Não se pode contribuir com o outro se não ajudarmos a nós mesmos. As vezes uma dose de egoísmo é necessário. De que adianta ser o fogo que aos poucos cresce como o mais poderoso, destruindo tudo e a si mesmo, se no fim torna-se apenas cinzas que o vento dispersa.
A água é essencial a vida, por mais que se tente represá-la, sempre encontra um caminho para seguir e aos poucos vai ocupando espaço sem ser notada e quando percebemos já tomou conta de tudo. esta é a grande contribuição deste orixá, com calma sem deixarmos notar nossos pensamentos, iremos alcançar nossos objetivos.
Ouvir, observar, guardar o necessário e só revelar na hora exata. Utilizar a força do próximo em proveito próprio. Por isso não se deixe levar pelo rosto doce, olhos acolhedores e compreensivos, porque por trás deles pode se esconder uma mulher feroz, disposta a tudo; uma fiel e dedicada amiga ou uma terrível inimiga. Yemanjá é a essência do poder absoluto feminino, atrás desta criatura frágil, existe uma felina poderosa, uma mulher por excelência, a doce Yemanjá.
Oxum, a sabedoria.
É o orixá da fertilidade e da maternidade, porém não é conhecida como uma grande mãe, mas sim como a deusa da vaidade. Existem milhares de histórias mágicas sobre Oxum. Mas quem é esta mulher sem freios?
Oxum determina seus próprios limites. Bonita, extremamente vaidosa, quando está a frente do espelho encanta-se com a própria beleza. Não é fútil.
Esta Yabá é a que poderíamos considerar a mais cheia de defeitos e virtudes. As vezes inocente como uma criança, noutra esperta e ardilosa como uma mulher vulgar e em outras sábia como os mais velhos. Oxum é a soma de todas as qualidades boas e ruins de um ser, basta saber dosar que teremos a perfeição. Esta Yabá torna-se necessária para todos, pois é a única que possibilitará chegarmos ao equilíbrio. É necessário observar atentamente seus ensinamentos, pois os limites é ela quem determina.
Oxum é alegria, riqueza e harmonia, mas com uma certa dosagem de desarmonia, para não cair na monotonia. É uma mulher a cada dia, importante e necessária. É a soma dos temperos certos, que alimenta a nossa vida.
Yansã, da brisa à tempestade.
Iansã é calma e sublime como o vento suave nas relvas, mas basta um segundo para tornar-se violenta e feroz como uma tempestade tenebrosa, sem nunca perder a magia que a todos encanta. Quando dança provoca admiração até mesmo nos incrédulos, com seus passos e gestos comandados pelo vento. Como num flutuar pelo espaço, logo percebemos que estamos diante de uma rainha bela e poderosa.
É comum ouvirmos dizer que seus filhos fazem tempestade num copo dágua. Isso mostara que não importa o que aconteça, terão que ser ouvidos. Se for precisam gritam, berram, xingam… Suas palavras serão sempre ouvidas nos quatro cantos do mundo. Por isso se queremos paz é bom estar de bem com os bons ventos desta majestosa rainha.
Obá, a guerreira mulher.
Obá é uma das Yabás mais velhas, pouco conhecida e divulgada, porém a mais verdadeira de todas elas, mostrando força, inteligência, ousadia e dignidade.
Em meio a uma comunidade machista onde a força bruta era sinônimo de poder, as mulheres serviam como escravas de luxo, que para conquistar algo eram obrigadas a mentir, utilizar-se de feitiçarias, trapaças, etc, Obá usou o meio, talvez mais difícil, porém o mais digno. Mostrou que a mulher podia lutar igual aos homens e tornou-se a melhor, vencendo vários orixás.
Por amor foi enganada, traída e rejeitada, mas de cabeça erguida foi a luta pelos seus direitos. Caiu pelo quiabo de Ogum mas não deixou-se escravizar. Tirou a própria orelha por traição de Oxum mas não perdeu a altivez. O fato de não termos lendas mágicas sobre Obá que a levou ao esquecimento atual, pois a sua grande contribuição é lutar pelos direitos da mulher com dignidade, respeitando os limites de cada um. Muitos a qualificam como a quizila dos orixás, por suas vitórias em luta, por ter sido enganada por Oxum. A verdade não é quizila, e sim respeito por ter conquistado com lealdade.
Quando pisa no terreiro mostra sua força, beleza, ingenuidade e feminilidade, que aflora em suas cores branco, cobre e amarelo, somando a seus passos sutis e determinado, que faz surgir simplesmente uma mulher.
A carisma de Nanã.
Rabugenta, cheia de manias, insistente e muitas vezes uma saudável adolescente, sempre com uma palavra certa para qualquer hora. Doce, carinhosa, carismática é impossível não amar Nanã.
Yabá que determina respeito, muitos a temem por considerá-la a dona da morte. Nanã Buruque não é a morte, mas o reconhecimento da vida e a valorização da família, amizade, respeito ao próximo e fidelidade. Viver e morrer, são consequências da nossa natureza e é essa admirável senhora que nos guia nesse caminho.
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