Boa noite!
Acompanhem a sequência de postagens sobre os Orixás.
Postaremos um pouco a cada dia.
Boa leitura!
Um pouco de História:
Na aurora de
sua civilização, o povo africano mais tarde conhecido pelo nome de iorubá,
chamado de nagô no Brasil e lucumi em Cuba, acreditava que forças sobrenaturais
impessoais, espíritos, ou entidades estavam presentes ou corporificados em
objetos e forças da natureza. Tementes dos perigos da natureza que punham em
risco constante a vida humana, perigos que eles não podiam controlar, esses
antigos africanos ofereciam sacrifícios para aplacar a fúria dessas forças,
doando sua própria comida como tributo que selava um pacto de submissão e proteção
e que sedimenta as relações de lealdade e filiação entre os homens e os espíritos
da natureza.
Muitos desses
espíritos da natureza passaram a ser cultuados como divindades, mais tarde
designadas orixás, detentoras do poder de governar aspectos do mundo natural,
como o trovão, o raio e a fertilidade da terra, enquanto outros foram cultuados
como guardiões de montanhas, cursos d'água, árvores e florestas. Cada rio,
assim, tinha seu espírito próprio, com o qual se confundia, construindo-se em
suas margens os locais de adoração, nada mais que o sítio onde eram deixadas as
oferendas. Um rio pode correr calmamente pelas planícies ou precipita-se em
quedas e corredeiras, oferecer calma travessia a vau, mas também mostra-se
pleno de traiçoeiras armadilhas, ser uma benfazeja fonte de alimentação
piscosa, mas igualmente afogar em suas águas os que nelas se banham. Esses
atributos do rio, que o torna ao mesmo tempo provedor e destruidor, passaram a
ser também o de sua divindade guardiã. Como cada rio é diferente, seu espírito,
sua alma, também tem características específicas. Muitos dos espíritos dos rios
são homenageados até hoje, tanto na África, em território iorubá, como nas
Américas, para onde o culto foi trazido pelos negros durante a escravidão e num
curto período após a abolição, embora tenham, com o passar do tempo, se tornado
independentes de sua base original na natureza.
O contato
entre os povos africanos, tanto em razão de intercâmbio comercial como por
causa das guerras e domínio de uns sobre outros, propiciou a incorporação pelos
iorubás de divindades de povos vizinhos, como os voduns dos povos fons,
chamados jejes no Brasil, entre os quais se destaca Nanã, antiga divindade da
terra, e Oxumarê, divindade do arco-íris. O deus da peste, que recebe os nomes
de Omulu, Olu Odo, Obaluaê, Ainon, Sakpatá e Xamponã ou Xapanã, resultou da
fusão da devoção a inúmeros deuses cultuados em territórios iorubá, fon e nupe.
As transformações sofridas pelo deus da varíola, até sua incorporação ao
panteão contemporâneo dos orixás, mostra a importância das migrações e das
guerras de dominação na vida desses povos africanos e seu papel na constituição
de cultos e conformação de divindades.
Dentro
da cultura do Candomblé, o Orixá é considerado a existência de uma “vida
passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os
seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma
humana. Essa teria sido uma época muito
distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás, pois o
ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto
materialmente como espiritualmente.
Após
passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua
essência e representatividade nas forças da natureza.
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