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segunda-feira, 28 de maio de 2012

LAROIÊ EXU...

O ORIXÁ

Axé a todos,



Dia 13 de junho, comemora-se no calendário católico o dia de Santo Antônio. Este, é o sincretismo do nosso maravilhoso orixá  EXU.



O Orixá

Exu é um orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Ijèlú. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ketu, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.

Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.

Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada.

Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.

Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo na construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou entidades encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins como fazem as religiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yoruba, bem como no candomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.

De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.

No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.

Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.

A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.

Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é denominado Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.

Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.

Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra usados de forma bem precisa em seus trabalhos.

Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.

E assim é Exu, o orixá que faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.

Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, por meio de uma artimanha, conseguiu ser o rei da região, tornando-se um dos reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil o reverenciam também com este nome.

Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.

Exu o terceiro orixá criado por Olorun da junção terra/água/hálito, ele possui a função de executor, observador,
mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui, que são epítetos e nomes de cidades onde há o seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento do seu assentamento, ritual especifico e odu do dia.



Os 16 múltiplos de Exú



Exú Yangui:a laterita vermelha, é a sua múltipla forma mais importante e que lhe confere a qualidade de Imolê ou divindade nos ritos da criação. Exú ligado a antigas e grandes sacerdotizas de Oxun.

Exú Agbà: o ancestral, o início a liberação do poder

Exú Igbá ketá: o exú da terceira cabaça

Exú Okòtò: o exú do carocol, o infinito.

Exú Oba Babá Exú: o rei pai de todos os Exús

Exú Odàrà: o senhor da felicidade

Exú Òsíjè: o mensageiro divino

Exú Elérù: o Senhor do carrego ritual.

Exú Enú Gbáríjo: a boca coletiva dos Orixás.

Exú Elegbárà: o senhor do poder mágico

Exú Bárà: o senhor do corpo

Exú L’Onan: o Senhor dos caminhos

Exú Ol’Obé: o senhor da Faca

Exú El’Ébo: o Senhor das oferendas

Exú Alàfìá: o Senhor sa satisfação Pessoal

Exú Oduso: o Senhor que vigia os Odús.

Exús que acompanham vários Orixás.

Exú Akesan: acompanha Oxumaré, etc

Exú Jelu ou Ijelu: acompanha Osolufun.

Exú Ína: responsável pela cerimónia do Ipade regulamentando o ritual.

ExúÒnan: acompanha Oxun, Oyá , Ogun, responsável pela porteira do Ketu.

Exú Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga região Ijesa.

Exú Lálú: acompanha Odé, Ogun, Oxalá, etc

Exú Igbárábò: acompanha Yemanjá, Xangô, etc

Exú Fokí ou Bàra Tòkí: acompanha Oyá e vários orixás

Exú:Lajìkí ou Bára Lajìkí: acompanha Ogun, Oyá e as posteiras.

Exú Sìjídì: acompanha Omolú, Nanã, etc

Exú Langìrí: a companha Osogiyan

Exú Álè: acompanha Omolú

Exú Àlákètú: acompanha Oxóssi

Exú Òrò: acompanha Odé, Logun

Exú Tòpá/Eruè: acompanha Ossayin

Exú Aríjídì: acompanha Oxun

Exú Asanà: acompanha Oxun

Exú L’Okè: acompanha Obá

Exú Ijedé: acompanha Logun

Exú Jinà: acompanha Oxumarè

Exú Íjenà: acompanha Ewá

Exú Jeresú: acompanha Obaluaiye

Exú Irokô; acompanha Iroko





Brasil

Exu.

No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.

É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o símbolo da maldade e do ódio. Porém " … nem completamente mau, nem completamente bom … ", na visão de Pierre Verger no texto de sua autoria "Iniciação" - contido no documentário "Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia", Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo do merindilogun pelo odu okaran.Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimônia do padê).

A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem falante e comunicador.

Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e um copo de água ou cachaça, que são “arriados” para Exu.

Na nação de angola ou candomblé de Angola Exu recebe o nome de Aluvaiá, Pambu Njila, e Legbá, no Candomblé Jeje.

Não deve ser confundido com a entidade Exu de Umbanda. Os exus de umbanda sao entidades de pessoas desencarnadas que, por motivos de evoluçao espiritual, retornaram à terra para cumprir essa missão junto ao seus seguidores. Essas entidades são confundidas com esu ou exu do Candomblé devido à proximidade que Exu tem com os homens. Entretanto, não são considerados orixás como o Exu, e sim entidades das trevas conhecedores das vontades de homens e mulheres no plano terrestre, tendo vivido em épocas diferentes, porém com os mesmos problemas, desejos e sonhos

 Arquétipos

Seus filhos são sensuais, dominadores e extremamente inteligentes. Gostam da vida cercada de barulho, muitas atividades e romances de todo tipo. Adoram a gozação, o caçoar,impossíveis, inquietos, extrovertidos, prendem a atenção dos outros apenas por caminhar. Brincalhões, sempre por mais sérios que estejam, um sorriso irá escapar e por vezes tendem a ter problemas de comportamento mental, pois sua cabeça não para e o mundo não consegue acompanhá-la.Não se prendem a ninguém, são muito impulsivos. Mas se amam alguém, dão sua vida se for preciso, sem pensar em nada.Conversar com filho de Exu, parace algo muito complicado para os desconhecedores, pois encerram uma conversa do nada ou parecem não dar a mínima atenção a conversa, mas de repente aparecem com a solução ou com um presente, dependendo do teor do assunto.Sentem o cheiro da demanda e tendem a ter problemas de saude relacionados a fígado e coração. Muitos médiuns ou conhecedores, gostam de ter a amizade, presença, compania,etc, de um filho de Exu, pois são os famosos “pára-raio”, chaveirinho da sorte ou escudos. Bagunceiros, ativos e seus olhares “falam”, sempre possuem uma “carta” na manga ou uma saída repentina para um problema.Gostam de ajudar e trabalhar sem pensar e sem limites, sem medir esforços e sem esboçar um sentimento de “favor”, faz disso uma obrigação. Podem se tornar vingativos e extremamente crueis, sendo este o lado negativo.Seu pensamento assim como ajuda, pode derrubar, sem esforços e dó.Quando tomados de raiva ou contrariedade, exalam cordões plasmáticos de espectro vermelho que o envolvem e dificilmente é possível tirá-los deste estado sem que queiram. Dizem que assim como o pai, filhos de Exu, possuem uma lâmina na cabeça, pois não são para carregar fardos pesados...Filho de Exu, mata um pássaro hoje, com a pedra que atirou ontém.Filho de Exu, não teme, não nega, não para.



DIA DA SEMANA
Segunda-feira.

CORES
Preto e vermelho.
SÍMBOLOS
Tridente e/ou bastão (opa ogó).
ELEMENTO
Fogo.
PLANTAS
Pimenta, capim tiririca, urtiga. Arruda, salsa, hortelã.
ANIMAIS
Bode e galinha
METAL
Bronze, ferro (minério bruto).
COMIDAS
Farofa de dendê, bife acebolado, picadinho de miúdos.
BEBIDAS
Cachaça.

SINCRETISMO

Santo Antônio (13/06) .

FUMO
Charutos.

DOMÍNIOS (variados)
Passagens, encruzilhadas, caminhos, portas, entrada das casas.
O QUE FAZ
Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos. Por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir. Além disso, protege contra perigos e inimigos.
QUEM É
Elo de ligação entre os homens e os Orixás; senhor da vitalidade; do sexo; da alegria, da vida, das sensações.
CARACTERÍSTICAS
Apaixonado, esperto, criativo, persistente, impulsivo, brincalhão, amigo.









O Padê

Dentro dos rituais sagrados de Exú, não pode faltar de forma alguma seu padê, espécie de farofa crua, na qual é adicionada a farinha de mandioca, e vários elementos, dependendo da necessidade de cada pessoa.

Os mais utilizados de forma geral, são: o padê de água, de dendê, e o de mel. Sendo que esses são muito utilizados quando se realiza algum sacrifício de aves ou de quatro pés para essa divindade. O padê sem o ritual de sacrifício tem por finalidade, se presentear a Exú para que ele nos ajude em determinados assuntos nos quais necessitamos. Trata-se de uma comida preferida por todos os exús e sua aplicabilidade remonta das senzalas que existiam no Brasil.

É público que na África não existia esse tipo de alimento, farinha de mandioca, uma vez que esse foi criado pelos índios brasileiros, mas, os antigos sacerdotes, que eram escravos, introduziram esse presente ao culto de exú e desde essa época, é comum dar-se de presente para exú seu padê.

O padê de dendê serve para se esquentar os caminhos e é muito utilizado para a abertura de caminhos para emprego, para o progresso de uma empresa ou para várias outras utilidades. O padê de azeite de oliva costuma ser usado para se conseguir um equilíbrio em determinado setor da vida de uma pessoa, o de mel, serve para se adoçar uma pessoa, para fazer com que exú nos traga, por exemplo, o livramento de uma perseguição, para que uma pessoa que é nosso inimigo se transforme em nosso amigo, para ajudar em questões amorosas entre tantas outras utilidades.

Em caso de abertura de caminhos para uma empresa, para se atrair clientes para um comércio, para que se arrume emprego, é aconselhável que se coloque sete moedas correntes. Para as demais utilidades pode-se colocar de uma a sete moedas correntes.

Ainda existem outros tipos de padês chamados negativos, que servem para livrar uma pessoa da praga, por exemplo, da feitiçaria, do olho grande etc.

Porém, sempre é bom lembrar que as divindades do Candomblé somente atendem ao chamado de pessoas preparadas e com tempo de santo suficiente para entregarem as oferendas, e se alguma pessoa sem esses requisitos, tentar realizar alguma cerimônia, os efeitos podem ser catastróficos na vida do consulente.

E esse fato ocorre muito frequente uma vez que a ganância, a ânsia de dinheiro faz com que pessoas sem preparo algum, decidam interferir solicitando ajuda das entidades para pessoas em seu dia a dia. Exú como sendo um Orixá de grande poder, não tem o hábito de perdoar, e se por ventura, algo for feito de forma irregular, teremos sérias complicações na vida daquele vivente.

Pode-se servir o padê para exú independente de lua ou dia de semana, não sendo aconselhável somente nas sextas feiras, pois esse é um dia consagrado a Oxalá e assim sendo, como existe uma kizila entre Exú e Oxalá, não se recomenda que seja feita qualquer oferenda para essa entidade, deixando o dia de sexta feira somente dedicado a se presentear Oxalá e assim mesmo sem matança, somente com comida seca e reza.

Como qualquer Orixá do panteão africano, exú também tem seu Oriki, ou seja, um conjunto de palavras litúrgicas que são utilizadas para invocá-lo. A esse conjunto de palavras dá-se o nome também de Reza.

As rezas de exú servem para acordá-lo, para invocá-lo para que se digne e vir receber a oferenda que lhe trazemos como para que interaja em nossa vida ou na vida de uma pessoa que necessita dessa intervenção.

É imprescindível que ao entregarmos o padê para exú, estejamos de corpo limpo, sem sexo, bebida ou qualquer outra substância nociva ao lido com os fundamentos do Axé Orixá.

Nunca, em hipótese alguma, devemos invocar exú sem uma necessidade real, pois o mesmo é dotado de uma força que ser humano algum é capaz de controlar.





















Lendas



Exu é filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Oxossi. Dos três é o mais agitado, capcioso, inteligente, inventivo, preguiçoso e alegre.É aquele que inventa historias, cria casos e o que tentou violar a própria mãe.

Numa de suas muitas histórias, podemos entender exatamente suas capacidade inventiva, sua conduta maquiavélica e sua maneira pratica de resolver seus assuntos e saciar seus desejos.

Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um deles,um pedaço de terra, dividido por uma cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra, para plantio.Exu, interessado nas terras, fez a proposta para adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, mas determinado a possuir aqueles dois terrenos, Exu procurou agir. Colocou na cerca um boné. De um lado branco, de outro vermelho. Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o boné na cerca. Um deles via o lado branco e outro o lado vermelho.

Em dado momento, um dos amigos pergunto: - “O que este boné branco faz em minha cerca?” Ao que o outro retrucou: - “Branco? Mas, o boné é vermelho!”

- Não, não, amigo. O boné é branco, como algodão!

- Não, não é mesmo! É vermelho como o sangue!

- Não sei como você pode ver vermelho, se é branco, está louco?

- Não, o louco é você, que vê branco, se a coisa é vermelha!

Bem, daí desencadeou-se a maior discussão, até chegarem à luta corporal. E com as mesmas ferramentas de trabalho, mataram-se.

Exu, que de longe assistiu a tudo, esperando o desfecho já imaginado por ele, aproximou-se e assumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário, bem ao seu estilo:

- Mas que gentes confusas, que não consegue solucionar problemas tão simples!

Assim é Exu, Senhor dos caminhos, pai da verdade e da mentira. O Deus da contradição, do calor, das estradas, do princípio ativo de vida. O mestre de tudo... e nada!

















NÃO SOU PRETO, BRANCO OU VERMELHO

TENHO AS CORES E FORMAS QUE QUISER

NÃO SOU DIABO NEM SANTO, SOU EXU!

MANDO E DESMANDO,

TRAÇO E RISCO

FAÇO E DESFAÇO.

ESTOU E NÃO VOU

TIRO E NÃO DOU.

SOU EXU.

PASSO E CRUZO

TRAÇO, MISTURO E ARRASTO O PÉ

SOU REBOLIÇO E ALEGRIA

RODO, TIRO E BOTO,

JOGO E FAÇO FÉ.

SOU NUVEM, VENTO E POEIRA

QUANDO QUERO, HOMEM E MULHER

SOU DAS PRAIAS, E DA MARÉ.

OCUPO TODOS OS CANTOS.

SOU MENINO, AVÔ, MALUCO ATÉ

POSSO SER JOÃO, MARIA OU JOSÉ

SOU O PONTO DO CRUZAMENTO.

DURMO ACORDADO E RONCO FALANDO

CORRO, GRITO E PULO

FAÇO FILHO ASSOBIANDO

SOU ARGAMASSA

DE SONHO CARNE E AREIA.

SOU A GENTE SEM BANDEIRA,

O ESPETO, MEU BASTÃO.

O ASSENTO? O VENTO!..

SOU DO MUNDO,NEM DO CAMPO

NEM DA CIDADE,

NÃO TENHO IDADE.

RECEBO E RESPONDO PELAS PONTAS,

PELOS CHIFRES DA NAÇÃO

SOU EXU.

SOU AGITO, VIDA, AÇÃO

SOU OS CORNOS DA LUA NOVA

A BARRIGA DA RUA CHEIA!...

QUER MAIS? NÃO DOU,

NÃO TOU MAIS AQUI


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